segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Deus queira - parte I

Porto, janeiro de 2014:


Deus queira que um dia chova e eu esteja na rua. Lavada fica a alma que então vai nua.
Gotas que caiem , lágrimas de Deus? Lembra-me a água de olhos teus.
Derradeira parece a chuva o mundo afogar, é amor de Deus para nos castigar.
E a chuvada de tamanha perversão, é fria e dolorosa como a tua paixão.

Encontro-me assim tão dividida, aquilo que quero e aquilo que é vida.
De ti nada bom sai e mesmo que mau e falso não me distrai.
Que fazer da situação? Amar-te ou odiar-te como diversão?
Que ponto crítico: vê a chuva que escorre pelo chão...

Não digas que não e não digas que sim. Porque deus se concentra em mim.
Faço o que quero e até chover. Compreende bem o que estás a perder.
Sou eu que posso, sou eu que vibro, tu és apenas falsamente comovido.
Tu és criatura, eu sou o ser. Fui eu que te fui conceber e só eu te posso fazer viver.

Agora reage que deus observa. E chora essa lágrimas que o mundo te empresta.
Deixaste de ser nada para ser coisa nenhuma. E vais e vens como uma bruma.
Paraste de ser ameaça para seres ameaçado. Por favor, vai desabar em outro lado.
A chuva continua e eu na rua. Que bom estar nua e não em rutura.

Deus queira que um dia chova e eu na rua. Para apanhar a única lágrima que foi tua.



deus

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