segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


Dia Mundial da Liberdade



“Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”

                                     Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem


No dia 23 de janeiro, o mundo celebra a liberdade, uma das palavras mais preciosas para o ser humano.

Para a maioria de nós que, apesar de todas as dificuldades com que nos deparamos atualmente, crescemos e vivemos numa sociedade livre, é possível que a liberdade não faça parte das nossas preocupações imediatas. Contudo, não podemos nem devemos esquecer que, neste momento, em vários cantos do mundo, há pessoas que estão privadas deste direito.

O universo vive de constantes metamorfoses, nomeadamente ao nível da tecnologia e das ideologias. Uma das maiores e mais valiosas mudanças nasceu após a 2ª Guerra Mundial: é filha da necessidade de se construir um mundo a partir de “novos alicerces ideológicos”; foi criada e batizada por homens e mulheres de várias nações, tendo assumido o nome de Declaração Universal dos Direitos Humanos (10 de dezembro de 1948).

No entanto, apesar de todas as boas intenções e esforços concretizados na luta pelo respeito e garantia dos direitos fundamentais do homem, continuamos a conviver com pessoas que encontram na repressão, a “arma” mais eficaz para dominar e controlar o seu semelhante.

Felizmente, o mundo não é apenas povoado por “tiranos”. Continuamos a ter “heróis” que, abdicando da sua própria vida e liberdade, investiram e investem na luta pela dignificação do ser humano e pelo respeito dos Direitos do Homem.

A obra destes homens e mulheres fazem com que nunca nos esqueçamos que a Felicidade e a Liberdade são irmãs inseparáveis. Como tal, é nosso dever valorizar este direito e contribuir para que ele seja respeitado.

Algumas personalidades que lutaram pela liberdade:


“Capitães de Abril”: militares que, no dia 25 de abril de 1974, puseram fim à ditadura que se vivia no nosso país, restituindo a liberdade ao povo.


Aristides de Sousa Mendes: salvou cerca de 10 mil judeus das práticas cruéis do regime Nazi e concedeu milhares de vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades e condições sociais.


Oskar Schindler: salvou 1200 judeus da condenação cruel e desumana imposta pelo regime Nazi.


José Alexandre (“Xanana”) Gusmão: lutou pela independência de Timor-Leste, tendo estado preso por esse motivo. Foi chefe da resistência timorense e foi o 1º Presidente da República deste jovem país.


Mahatma Gandhi - principal líder da independência da Índia.


Nelson Mandela - ativista pelos direitos dos negros numa África do Sul dominada pelo regime do Apartheid.


Chico Mendes - lutou pelos direitos dos povos da floresta e contra a destruição da Amazónia no brasil.


Martin Luther King – lutou pela igualdade de direitos entre os cidadãos negros e brancos dos Estados Unidos.


Madre Teresa de Calcutá: - reconhecida pela sua obra missionária em prol da dignificação e preservação dos direitos dos mais desfavorecidos (crianças abandonadas, pessoas com SIDA, mulheres violadas, leprosos, etc.), foi laureada com o Nobel da Paz em 1979.

(...)
                                  
                                                                                    São Sousa

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Linha de Prata


Linha de Prata


Como num sonho,
um desejo incompleto
de grandes fúrias
que bebem água no deserto.

Respirar com doçura a última lágrima
que rodopia como a primeira, trágica!
É uma dança numa encruzilhada
com segredos, ensinada.

E ela roda e roda
(Giram as lágrimas e a alegria)
numa valsa viciada,
enquanto arfa a melodia.

Sente-se o corpo desejado.
Conquista-se uma alma iluminada.
Comete-se o pior pecado
e a razão é abandonada.

Suspira pelo momento ganho,
aproveita o luzir dos olhos
do teu magnífico desempenho.

Ama aquilo que odeias,
porque as emoções são apenas teias.


Inês Silva


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A mesma história de sempre (por outras palavras)



Ebenezer Scrooge, personagem de A Christmas Carol de Charles Dickens
Há episódios que acontecem como se a vida os tivesse planeado sem nós sabermos. Dão-se, simplesmente, e incluem-nos sem sequer termos conhecimento disso. Alguns são mais positivos outros mais negativos, porém, todos eles valiosos. A vida é um álbum de recortes, cheia de fotografias antigas, de comentários realistas ou emocionais, de borboletas secas e manchas de tinta, e nada podemos fazer para alterar essas antigas recordações. Não temos o poder de ver as primeiras páginas e rasurar as palavras pensadas e escritas nem podemos arrancar fotografias. O único caminho está nas páginas seguintes.

O obstáculo para concretizar esta imposição delicada que é a vida, está no facto de que nem todos possuem a capacidade de perceber a quantidade de páginas que já preencheram. Há pessoas que colocam tudo e mais algo que ainda sobre nas páginas que lhes foram atribuídas e quando dão conta já não há espaço, já não há folhas em branco, já não há caminho para continuar a escrever. E ainda há aqueles que não colocam coisa alguma, deixando o álbum amarelecer e ser comido pelas térmitas.

Mas este novo álbum tem 365 páginas em branco desejosas de serem ocupadas, de serem possuídas por mentes dispostas a viver a vida ao máximo e a tirar o melhor proveito de cada momento. Não é uma nova vida nem uma nova oportunidade. É a mesma vida e a mesma oportunidade de viver e viver bem. 

Oiçam um conselho de alguém que tem reservas sobre uma segunda oportunidade depois de morrermos: aproveitem aquilo que têm agora e as pessoas que estão presentes, aproveitem todas as horas que tiverem para dormir, para ler, para sair de casa, para ir à praia, para se divertirem, para serem humanos, porque a vida é toda ela uma história criada na nossa mente, como um conto de Dickens, e se nós não vivermos ninguém a viverá por nós. Ninguém no mundo se erguerá e dirá: "Eu tomo a tua vida e vivê-la-ei por ti.". 

Lembrem-se: uma só vida, uma só oportunidade.

Inês Silva